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mistério |
No sentido teológico da palavra, é a realidade sobrenatural ou desígnio de Deus a nosso respeito que, por transcender a nossa limitada capacidade de compreensão humana, só pela revelação divina nos é dado conhecer de maneira analógica e a que só pela virtude teologal da *fé podemos aderir e viver (cf. Conc. Vat. II, DV 2). São principais mistérios: o da vida íntima de Deus uno e trino (SS. *Trindade); o da *Criação; os da *Encarnação do Verbo divino e o da *Redenção pela morte e ressurreição de J. C. (*mistério pascal); o da continuidade da presença e acção de J. C. na *Igreja; o da animação desta e de cada cristão pelo *Espírito Santo; e o da comunicação dos dons de Deus mediante sinais eficazes de graça (*sacramentos). O AT só esporadicamente e nos livros mais antigos emprega o termo m. pela aversão aos cultos mistéricos dos povos contemporâneos. No NT, é sobretudo S. Paulo quem faz mais uso do termo, referido fundamentalmente a J. C. e à sua Igreja. Ocasionalmente refere o m. da iniquidade. Na tradição cristã, Cristo é o m. por antonomásia, estendendo-se o termo aos acontecimentos da sua vida (*Natal, *Páscoa, *Ressurreição, *Ascensão…). Este alargamento do uso da palavra m. encontra-se, p.ex., nos chamados “mistérios do *rosário”. Em linguagem litúrgica, o binómio mistérios/ /sacramentos refere-se às realidades sobrenaturais a nós concedidas ou dadas a conhecer por Deus (mistérios), e aos sinais eficazes que no-las tornam acessíveis, a saber, os sete *sacramentos e, em geral, toda a liturgia. Nas “orações depois da comunhão”, na missa, com frequência se alternam os dois termos para significar o dom da Eucaristia. |
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