|
mito, mitologia |
Mitologia tanto pode ser o discurso sobre o mito como um sistema mais ou menos coerente de mitos num determinado mundo cultural. Mito, por sua vez, é um conceito tão fluido como o de cultura, pelo que é difícil defini-lo. Simplificando e tendo em vista especialmente a influência dos mitos na Escritura e na Liturgia, podemos dizer que mito é o que chegou até nós de uma antiga apreensão do real, por uma via tradicional sem o rigor da ciência, da filosofia e da teologia. Os primeiros capítulos do Génesis transmitem-nos verdades (sobre a origem do universo, do homem, do mal…) literariamente envolvidas em antigas narrativas míticas purificadas das falsas interpretações que teriam na formulação original. Daí a necessária *exegese. Um tanto diferentes são as “narrativas fictícias”, as “fábulas judaicas e as genealogias” e o “palavriado profano” que as epístolas de S. Paulo e de S. Pedro repetidamente denunciam e condenam. Mais recentemente, na tradição popular cristã com frequência se empolaram fantasiosamente factos das vidas dos santos, a ponto de se justificar o dito da gíria eclesiástica: “mentir como o II nocturno” (parte do antigo Breviário que inseria as leituras hagiográficas). O Conc. Vat. II (SC 92-93) mandou fazer a revisão das “paixões das vidas dos Santos”, restituindo-as à verdade histórica, e os hinos, retirando-lhes os ressaibos mitológicos. |
É expressamente interdita a cópia, reprodução e difusão dos textos desta edição sem autorização expressa das Paulinas, quaisquer que sejam os meios para tal utilizados, com a excepção do direito de citação definido na lei. |