Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


New Age ou Nova Era
1. O nome. Tam­­bém é conhecida pelo nome astro­lógico (popu­la­ri­zado em 1960 pelo musical Hair) de Era do Aquário (que agora sucede à Era do Peixe). Designa uma complexa corrente espiritualista surgida na década de 70 do séc. XX, que se afirma sobretudo em países mais dominados pela civilização ocidental, apresentando-se como sucedânea das espiritualidades e religiões contempo­râneas, especialmente do Cristia­nis­mo, por ela considerado em fase de esgotamento ao fim dos 20 séculos da Era do Peixe. 2. Origem. Para o seu apareci­men­to contribuíram principalmente: a) o desejo de um mundo mais pacífico e justo do que aquele que as religiões tra­dicionais prometeram sem o conse­gui­rem; b) uma instintiva reacção contra o racionalismo e o cientismo, que falha­ram na pro­messa da verdade e da felicidade humana, dando lugar à esponta­nei­dade, ao sentimento, aos ins­tintos e às emoções; c) uma cedência ao indivi­dualismo e ao hedonismo ambientais, levan­do a procurar a felicidade pessoal e colectiva na auto-realização de cada um, recor­ren­do a técnicas gnósticas e psi­cológicas; d) o fascínio despertado pelas culturas orientais, que as novas facilidades de viajar tornaram mais conhecidas. 3. Traços característicos. A New Age: a) apresenta-se como para­dig­ma civilizacional da humanidade e do mundo, em substi­tui­ção do paradig­ma judaico-cristão, que ela acusa de ter liquidado as civilizações e religiões pré-cristãs mais naturais, porque mais liga­das à terra; b) propõe-se como “religião univer­sal”, de feição sincretista e panteísta, recolhendo elementos das várias religiões e espiri­tua­li­da­des (incluindo as cristãs), mas recusando, como con­trá­rias à auto-realização pessoal, as igrejas institucionais e a própria ideia de um Deus pessoal; c) centra-se na reali­zação pessoal, pelo autoconhecimento do mais íntimo do ser humano identificado com uma centelha do divi­no, re­correndo a forças paranormais mediante uma série de técnicas mais ou menos exó­ticas (ocultismo, meditação trans­cendental, ioga, alquimia, horóscopos…). A divulgação das ideias e das práticas da New Age tem sido feita atra­vés de livros, revistas, filmes, internet, cen­tros experimentais e em boa parte pela comercialização de peças musicais e de objectos rela­cionados com as técnicas gnósticas e psicológicas. É impos­sível quantificar os aderentes, tanto mais que entre eles se podem distinguir os discípulos mais ou menos iniciados, os devotos ou simpatizantes, e os clien­tes ou consumidores. A New Age parece ter maior pre­sen­ça nos EUA, em alguns países da América Latina, na Suíça e noutros países europeus. 4. Resposta pas­toral. Com a data de 3.2.2003, os Pontifícios Conselhos da Cultura e do Diá­logo Inter-Religioso publicaram um estudo intitulado “Jesus Cristo portador da água viva. Reflexão cristã sobre a New Age” que, depois de analisar o que é esta corrente espiritualista, denuncia o que a distancia e até opõe ao Cris­tia­nismo­ autêntico, e propõe uma série de orientações pastorais. A tendência panteísta da New Age, negando a existência de um Deus pessoal, priva-a do direito de se intitular “religião”, uma vez que esta “re-liga” o homem com o seu Cria­dor e Senhor, o que não é admitido pela New Age. De facto, nada há nela de ora­ção, nem de pecado, nem de necessidade de salvação, nem de verdadeiro amor de cari­dade, pois tudo isto fica nela submergido pela ânsia de auto-rea­lização. A New Age utiliza certa terminologia cristã, inclusive o nome de Cris­to, mas dando-lhe um sentido muito dife­rente do que tem no pensamento cristão. Estas referências bastarão para intuir o distan­cia­mento que vai da New Age ao essencial da fé cristã, e ao mes­mo tempo o perigo que ela re­presen­ta sobretudo para os cristãos bem intencionados, mas de fé rudimentar. Por isso, a Santa Sé, no documento re­ferido, propõe um esforço de formação catequética do povo de Deus, focando especialmente as verdades de fé amea­çadas pelos aspectos mais sedutores da New Age.


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