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nome |
1. Em geral. É a primeira identificação duma pessoa. O seu uso é tão antigo como a humanidade, se bem que, segundo as épocas e os povos se tenha recorrido a um nome único ou a mais que um, na preocupação de referenciar a pessoa à sua gente, à sua terra, ao seu modo de vida ou até a características pessoais. A tradição portuguesa é de acrescentar ao nome próprio (um ou dois, p.ex., António Manuel, Maria José…) o apelido da mãe e o do pai; e no casamento, a actual lei civil permite que cada cônjuge acrescente um apelido do outro ou não altere o nome. O nome dado ao recém-nascido pelos pais, tutores ou padrinhos, conforme ficar registado (no prazo de um mês, sob pena de procedimento criminal) na Conservatória de Registo Civil, só excepcionalmente pode ser alterado. Quanto à escolha do nome próprio, se a lei civil é muito larga, o CDC (855) recomenda que os pais e padrinhos não imponham às crianças nomes alheios ao sentir cristão. 2. No uso bíblico. Adão e Eva, os primeiros nomes que aparecem na Bíblia, referem-se às respectivas origens: o primeiro «tirado da terra» e o segundo «tirado do homem». Num povo profundamente religioso como o hebreu, muitos nomes de homens incluem uma referência aos nomes divinos “El” e “Javé”, como Ab-el, Isra-el, Dani-el, El-ias, Josué, Tobi-as, Zacari-as, etc. A atribuição do nome era sinal de domínio (veja-se Adão a dar o nome aos animais, Gn 1,19-20); e a invocação do nome de alguém era pôr-se sob a sua protecção (Is 4,1). O nome de Deus inscrito sobre as pessoas significava que elas eram sua pertença (Ap 3,12…). No NT, o nome de “cristão” passou a significar a sua pertença a J. C. Mudar de nome era sinal de nova vocação (Abrão/Abraão, Sara/Sarai, Simão/Pedro…). 3. O nome de Deus no AT. Só Deus poderia revelar o seu nome, uma vez que conhecer este nome pressupunha conhecer o próprio Deus. Quando Moisés recebeu a vocação de libertador, perguntou a Deus como se chamava, para o poder dizer ao povo que ia libertar, e Deus respondeu que «Era Aquele que é» (Jahaweh). Mais que um nome, era a afirmação de que a sua essência divina está na sua existência: Deus é o único Ser que necessariamente existe, pois ninguém nem nada lhe poderia dar a existência. No AT, aparece repetidamente o nome de Javé, mas numa fase mais tardia do Judaísmo, passou a dominar um temeroso respeito por este tratamento, a ponto de ninguém se atrever a pronunciar tal nome, substituindo-o por vários atributos divinos: El, Eloim, Eloah (O Divino), El-Chadai (Deus Supremo), Adonai (o Senhor), Elion (o Altíssimo), Deus de nossos pais, Deus de Israel, Deus vivo. V. Jeová, Sabaot. 4. O nome de Deus na Revelação cristã. Deus, na sua misericórdia para com o homem (o único ser do mundo sensível que Deus quis por si mesmo [GS 24] e para Si mesmo), querendo-o seu filho adoptivo, dignou-se dar-se-lhe a conhecer mais intimamente por seu Filho feito Homem. Assim, J. C. revelou-nos que Deus, sendo único, o é na comunhão de três Pessoas, que nos ensinou a tratar por Pai, Filho e Espírito Santo. Nestes três nomes somos baptizados (Mt 28, 19). O que primeiro aprendemos na catequese é a invocá-los quando nos benzemos. Com a Igreja aprendemos a pronunciá-los nas profissões de fé, nas orações, nas bênçãos e exorcismos, nas aclamações, sem esquecer de aclamarmos o nome de Deus na sua unidade: «Bendito seja Deus; bendito seja o seu Santo Nome…». NOTA: V. os nomes de Jesus Cristo e de Maria. |
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