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Ordens Militares |
| Eram confrarias de homens de armas que, submetidos a uma regra comum e animados de forte mística, assumiam determinadas obrigações de ordem religiosa, moral e social. Surgiram no tempo heróico da Cavalaria (séc. XI e seg.), prestando assinaláveis serviços à Igreja e aos príncipes cristãos. Gozavam de grande autonomia canónica, eram chefiados por um grão-mestre e tinham nas suas fileiras monges-cavaleiros, capelães conventuais e serventes de armas. Foi grande a sua participação nas Cruzadas da Terra Santa, na reconquista cristã do Sul da Europa, invadida pelos mouros, e na organização dos territórios conquistados. Pelo seu ideal e disciplina, tiveram o apoio dos Papas e dos reis, o que lhes valeu a aquisição de grandes domínios. Em Portugal, as mais importantes foram as Ordens de Avis e de Sant’Iago, criadas no início da Nacionalidade a partir de outras mais antigas, sobretudo ligadas à Terra Santa (Hospitalários, Templários…) e, mais tarde, no tempo de D. Dinis, a Ordem de Cristo que, absorvendo a dos Templários, veio a ter participação notável nos descobrimentos e na conquista dos domínios portugueses do Brasil, África e Oriente. Foram causas do seu declínio o enfraquecimento do ideal da Cruzada com o termo da cristianização da Europa e a perda dos Lugares Santos, a evolução dos armamentos e técnicas militares, o afrouxamento da disciplina, o crescimento do poder real que se fez em parte à custa do seu património e, por fim, o avanço das tendências laicizantes. Depois de uma fase de corporações predominantemente humanitárias, foram laicizadas em 1789 e acabaram por se transformar em corporações nobiliárquicas. Algumas delas estão hoje reduzidas a títulos honoríficos. |
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