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parábolas (de J C) |
(Do gr. = comparações). São histórias imaginadas, tiradas da experiência comum, destinadas a transmitir ensinamentos vitais. Quanto ao seu desenvolvimento, encontram-se entre as simples sentenças à maneira de provérbios (ex., “Médico, cura-te a ti mesmo”, Lc 4,23) e as mais complexas alegorias (ex., as do Bom Pastor e da Videira, Jo 10 e 15). O uso de p. (incluindo gestos e comportamentos simbólicos) já se encontra nos livros proféticos e sapienciais do AT, e era comum entre os doutores rabínicos da Palestina, ao tempo de Jesus. Mas ninguém foi tão exímio nesse uso como o próprio J. C., não só pelo conteúdo doutrinal, mas também pela beleza das imagens evocadas. O número das p. nos Evangelhos varia, segundo os autores, de 27 a 70, dependente do que cada um considera parábola e não metáfora ou alegoria. Quase todas se encontram nos três Evangelhos Sinópticos. O IV Evangelho contém apenas as alegorias acima referidas. Quanto ao seu conteúdo, é costume distinguir entre as “parábolas do Reino” (do semeador, do grão de mostarda, do tesouro escondido, dos dois filhos, do banquete nupcial, etc.) e as “parábolas morais”, incluindo as “da misericórdia” (do fariseu e do publicano, do bom samaritano, da ovelha perdida, do filho pródigo, etc.), que também estas se referem ao Reino, na medida em que ilustram a moral dos “filhos do Reino”. O uso das p. adaptava-se aos ouvintes de Jesus, não só por estarem habituados a esta forma de ensinar, mas também porque proporcionava aos mais interessados (os discípulos) a ulterior explicação, sem onerar especialmente a consciência dos menos bem dispostos (povo em geral e fariseus em particular) que ficavam na sua invencível ignorância. |
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