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perdão |
Em geral, p. é a resposta magnânima de quem esquece ofensas ou agravos, no desejo sincero duma reconciliação que não deixe ressentimentos. 1. Perdão da parte de Deus. Feridos pelo pecado original, frequentemente pecamos, i. e, ofendemos a Deus, traindo o amor que lhe devemos, desobedecendo à sua vontade, expressa nos mandamentos da sua Lei, quer os três primeiros que se referem ao amor dele quer os outros sete que se referem ao amor do próximo, uma vez que ofender um irmão é ofender o Pai comum que está nos Céus. Deus, infinitamente misericordioso, quer perdoar todos os pecados, por graves que sejam, desde que o pecador se arrependa e lhe peça p., para o que lhe não falta com as graças actuais necessárias. Todo o *pecado, para além de ser “ofensa” que fere a amizade com Deus, é também “injúria” que fere os seus direitos. A ofensa está na linha da caridade; e a injúria, na da justiça, pelo que exige sempre reparação nesta vida ou na outra. O perdão de todos os pecados do mundo foi radicalmente alcançado pelo sacrifício de Cristo, no Calvário, acto supremo de amor e de justiça. Para a sua concessão concreta ao pecador arrependido, instituiu J. C. um especial sacramento de cura, o da *Penitência; mas deixou-nos ainda outros meios de alcançarmos o *perdão dos pecados. 2. Sacramento do Perdão ou da *Penitência. Pressupõe, da parte do penitente, arrependimento sincero, acusação íntegra e cumprimento da satisfação (ou penitência) imposta pelo confessor; e da parte deste a *absolvição ou perdão dos pecados. V. Penitência (sacramento da). 3. Perdoar a quem nos tenha ofendido, mesmo aos inimigos que não pedem perdão, é obrigação de caridade que J. C., nos seus ensinamentos e na oração do Pai-Nosso, pôs como condição do perdão de Deus para os nossos próprios pecados. Só assim se cumprem as palavras de ordem de J. C.: “Sede perfeitos, sede misericordiosos, como o vosso Pai do Céu” (Mt 5,48; Lc 6,36) e “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,34). (Cf. Cat. 1422ss; 1846ss; 2838-2844). |
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