Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


peregrinações
1. Breve história. Prá­tica da maioria das religiões, as p. a *san­­tuários são para os cristãos expres­são da piedade popular com profundas raí­zes bíblicas e históricas. Das p. bíblicas destacam-se a de Abraão a caminho da Terra Prometida, a do êxo­do dos hebreus conduzidos por Moisés com pas­sa­gem pelo Sinai e pelo deserto até à Terra Prometida e, mais tarde, as dos Judeus, três vezes ao ano, até Jeru­sa­lém, pelas festas da Páscoa, das Se­ma­nas (Pen­te­cos­tes) e dos Taber­ná­culos. Na vida da Igreja, as p., reduzidas nos primeiros sécu­los ao culto dos mártires, alargou-se, depois da paz de Cons­tan­tino (séc. IV), aos lugares santos da Pa­lestina e tiveram a época de oiro na Ida­de Média, sobretudo à Terra San­ta, a Roma (romarias), Santiago de Com­pos­tela, Tours, etc. Passada a crise protestante, a partir do séc. XIX, surgiram com novo fôlego as peregri­na­ções a san­tuários modernos, como os de Lore­to, Czestochowa, Guadalupe, Apa­re­ci­da, Lourdes, Fátima, etc. 2. Espi­ri­tualidade. São dimensões características das p.: 1) a escatológica, fazendo lem­­brar ao peregrino que é homo viator a ca­mi­nho da Pátria definitiva; 2) penitencial, como caminho de expiação e con­­ver­são, aberto ao sentido de Deus e à reconciliação com Ele, nomeadamen­te pelo sacramento da Penitência; 3) festiva, como entre os Judeus, que as ini­cia­vam ao can­to do Salmo 121: “Que ale­­gria quando me disseram: vamos para a Casa do Senhor”, alegria também causada pela caminhada em clima de convivência fraterna e de contemplação de novos horizontes (V. turismo religioso); 4) cultual, pelos actos de louvor, adoração, acção de graças e súplica a Deus, fre­quen­temente pela intercessão de Maria e dos Santos, incluindo nor­mal­mente a celebração da Eucaristia, cum­primento de promessas e outros actos da virtude da religião; 5) apostó­lica, à semelhança de Jesus a percorrer com os discípulos os caminhos da Pa­les­tina, a dar a conhecer o Evangelho da salvação; 6) de comunhão, pela cami­nhada, em conjunto, dos peregrinos em clima de entre­ajuda e caridade fraterna. 3. O desenrolar da peregrinação. A pere­­gri­na­ção é um caminhar à luz da fé, em clima de oração e caridade fraterna. São mo­men­tos significativos: 1) a partida, sempre que possível de uma igreja com a cele­bração da Eucaristia e a bên­ção dos peregrinos (cf. Ritual das Bên­çãos, 407-419); 2) a caminhada, em espírito de penitência, oração e caridade fraterna, com a parte final, sempre que possível, a pé, processionalmente, porventura com paragens nas “estações” que haja no trajecto; 3) o acolhimento no san­tuá­rio, normalmente com uma li­tur­­gia adequada; 4) a permanência no san­tuário, com a participação nos diver­sos actos de culto e outros, cumpri­men­to de pro­mes­sas, prossecução dos objec­tivos específicos da p., etc.; 5) des­pedida e re­gres­so dos peregrinos com sua vida e propósitos renovados, levan­do “lembranças” que lhes recordem as gra­ças recebidas. (Cf. Directório da Pie­da­de Popular e Liturgia, 279-287).


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