Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


piedade popular
1. Terminologia. É o nome dado às várias expressões de cul­to privado (pessoal ou comunitário) pres­tado a Deus, aos Santos e às coisas santas que, no âmbito da fé cristã, se revestem, não tanto das formas próprias da liturgia, mas das que resultam da cultura dum povo ou grupo social. Por ve­zes mesmo em documentos da Santa Sé se identifica p. p. com *religiosidade popular, mas a tendência é para reservar esta última expressão à natural sensibili­dade do espírito humano à dimensão religiosa da vida (cf. EN 48; CT 54; etc. No Cat. 1674-1676 identificam-se as duas expressões). A p. p. exprime-se em exercícios de piedade, que muitas ve­zes se inspiram na liturgia e a ela conduzem, recomendados ou autorizados pela Santa Sé ou Bispos; e nas cha­ma­das devoções ou aspectos formais (fórmulas de orações, peregrinações, luga­res sagrados, medalhas, costumes popu­lares…) 2. Princípios regulado­res. A p. p. deve distinguir-se das celebrações litúrgicas, que são o culto oficial pres­tado pela Igreja com Cristo e por Cristo a Deus, o qual deve ser tido como a fon­te e o cume da vida da Igreja (SC 7). A excelência das expressões litúrgicas torna-as de certo modo necessárias, ao passo que as expressões da p. p. são de certo modo facultativas. Isto não deve diminuir a estima pela p. p., tanto mais que, ao longo da história da Igreja, a ela se deve em boa parte a manutenção e o cres­cimento da fé do povo cristão, so­bre­tudo em períodos de fraco impacte da liturgia na generalidade dos fiéis. Outra razão de estima pela p. p. resulta do facto de ela ser especialmente vocacionada para a inculturação da fé, permitindo ao povo exprimir a fé da forma mais expontânea. Tem acontecido ao longo dos séculos que certas expressões da p. p. passaram à liturgia (festas do Natal, do Coração de Jesus, do Coração de Maria…). Porém, a p. p. pode correr o risco de se desviar para formas espúrias ou supersticiosas, pelo que deve estar sempre sob a lúcida vigilância da hierarquia. Os pastores de almas devem corri­gir e valorizar os vários exercícios de piedade, procurando que eles se ins­pirem na Escritura, estejam em sintonia com a liturgia e respeitem a ortodoxia doutri­nária, embora tendo em conta as tradições e as autênticas maneiras de sentir e viver do povo ou do grupo social. 3. Directório da Piedade Popular e Li­tur­gia. Para orientação dos pastores de almas nesta matéria, a Santa Sé, atra­vés da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, publicou (17.12.2001) este Directório que ­inclui: uma Introdução (terminologia, prin­­cí­pios, linguagem e competências); uma Parte I que analisa a importância da pie­dade popular ao longo da história da Igreja e propõe doutrina e critérios para a sua valorização e renovação; e uma Parte II com orientações práticas para har­monizar a piedade popular com a liturgia (a p. p., ao longo do ano litúrgico, devoções a Maria e aos Santos, sufrágios pelos defuntos, santuários e pere­gri­nações). NOTA: Há versões portuguesas editadas pelo A.O. e pela Paulinas Editora.


É expressamente interdita a cópia, reprodução e difusão dos textos desta edição sem autorização expressa das Paulinas, quaisquer que sejam os meios para tal utilizados, com a excepção do direito de citação definido na lei.