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prudência |
É a primeira das virtudes cardeais, pela importância que tem como reguladora de toda a vida moral. É infundida por Deus no entendimento prático, para o recto procedimento em ordem ao fim sobrenatural. O seu exercício é complexo, nele podendo distinguir-se três etapas: 1) a do exame e da reflexão, que permitem analisar os vários aspectos do problema posto à consciência, recorrendo à memória dos casos passados, à inteligência na apreciação do presente, e ao conselho de pessoas experientes; 2) a do juízo e deliberação, fazendo apelo à razão prática ou, em casos urgentes, à sagacidade ou prontidão do juízo, de forma a concluir como proceder; 3) finalmente, a da realização prática, dando atenção ao que pode vir a suceder (providência), às circunstâncias que aconselhem a agir desta ou daquela maneira (circunspecção), e às eventuais dificuldades, no sentido de as superar (cautela ou precaução). A p. é virtude a todos necessária, mas de maneira especial a quantos têm responsabilidades de governo, de educação ou de aconselhamento. São virtudes morais conexas à p. a do bom conselho (eubulia), a do bom senso, também chamado senso prático ou senso comum (synesis), e a do juízo perspicaz, que se relaciona com a *epiqueia (gnose). São vícios contrários à p. a imprudência (sob a forma de precipitação, de leviandade ou de inconstância) e a negligência (ou falta de resolução eficaz). São falsificações da p. a prudência da carne, a astúcia, e a solicitude excessiva pelas seguranças terrenas. A virtude da p. é aperfeiçoada pelo dom do Espírito Santo do *conselho, que, à maneira de instinto e moção do alto, diz com segurança como agir ou aconselhar. O seu exercício leva à bem-aventurança dos misericordiosos e faz alcançar os frutos do Espírito Santo da bondade e da benignidade. |
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