Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


Redenção
1. Este termo, no AT, traduz a ideia de resgate e libertação de situa­ções de escravatura, numa palavra, de salvação, como a que Javé, por meio de Moisés, operou ao libertar os Israelitas do cativeiro do Egipto. Nos livros mais tardios do AT, passou a ter o sentido de libertação do pecado. 2. É esta a visão predominante nos livros do NT, sobretudo nas Epístolas, e justifica o título de Salvador dado a Jesus, o Messias esperado. Nos Sinópticos, a ideia dominante é a de que pela redenção, J. C., ao preço do seu sangue, nos resgatou para nos tornar pertença de seu Pai. A sua ressurreição foi o sinal de que o Pai acei­tou esta redenção e quer que todos os redimidos passem a gozar da vida sobrenatural de seu Filho. 3. Na tra­di­ção cristã, o mistério da Redenção nunca foi seriamente contestado, pelo que se mantém pacificamente proclamado nos símbolos da fé, embora tenham surgido ao longo dos séculos várias interpretações teológicas reducionistas. Mais recentemente, a doutrina da Igreja foi esclarecida e aprofundada pelos Conc. do Vat. I e II. Pelo mistério pascal, J. C. operou radicalmente a redenção de toda a humanidade, instaurando uma ordem nova não mais dominada pelo pecado, mas sim pela justiça e pelo amor. Esta redenção, porém, necessita de ser aplicada a cada homem através dos tempos, para o que Deus não falta com as graças necessárias, que nem sempre são bem acolhidas. O Conc. Vat. II (AG 7; GS 22) esclarece que a redenção se destina também àqueles a que não chega o anúncio do Evangelho, bastando que vivam de acordo com a sua consciência moral. Além disso, o mesmo Conc. (GS 23-45) considera que a força da reden­ção se reflecte na ordenação do mundo, que se vai abrindo a valores mais altos, como os da dignidade, solidariedade e destino comum dos homens, até à anunciada redenção cósmica da parusia de “nova terra e novos céus” (2Pe 3,13; Ap 21,1; GS 39). 4. Na liturgia. A obra redentora de J. C. pelo seu mistério pascal é o núcleo de toda a liturgia, sendo celebrada em cada missa e nos sacramentos, especialmente no Tríduo Pascal e em cada domingo do ano. Através destas celebrações sacramentais, os fiéis participam na redenção operada por J. C., beneficiando dos seus frutos e associando-se a ela pela aceitação “do que falta à paixão do Senhor” (Cl 1,24). Exem­plo perfeito do fruto da redenção e da participação na redenção de Cristo é Maria. Concebida sem pecado, na previsão dos méritos de seu Filho Reden­tor, e cheia de graça, ela associou-se inti­mamente à obra redentora de seu Fi­lho, como narram os Evangelhos e cele­bra a Igreja nas festas e missas da SS. Virgem Mãe de Deus (cf. Preliminares da Colectânea de Missas votivas de Maria, EDREL 2002-2004).


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