Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


rosário
1. Breve história. É o exercício da piedade popular mais divulgado e reco­mendado pelos Pa­pas, desde Urba­no IV (séc. XIII) até aos nossos dias. Leão XIII dedicou-lhe 10 encíclicas e João Paulo II a Carta ap. *Rosarium Vir­ginis Mariae (16.10.2002, ao entrar no ano comemorativo das bodas de ouro pontificais). Surgiu nos meados do séc. XII como substituto do Ofício Divino para os monges iletrados, correspon­den­do as 150 ave-marias aos 150 sal­mos do Saltério. A sua divulgação popu­lar deveu-se a S. Domingos (c. 1205) e aos Dominicanos. S. Pio V, em 1569, re­co­mendou-o como hoje se reza e, depois da batalha de Lepanto, que libertou a Europa da invasão turca (7.10.1571), instituiu a festa de N.ª Sr.ª do Rosário. 2. Em que consiste. Tradicionalmente, o r., dividido em três “terços”, consta da recitação de 15 de­ze­nas de ave-marias, introduzidas pela enunciação do misté­rio e pela oração dominical (Pai-Nosso) e coroadas, como nos salmos, pela do­xo­logia trinitária “Glória”. Durante ca­da dezena os fiéis são convidados a meditar num mistério da vida de J. C., ao qual, directa ou indirectamente, se associou sua Mãe Maria Santíssima. Durante séculos, os mistérios propostos à meditação foram 15, repartidos por três “terços”: mistérios gozosos (Anun­cia­ção, Visitação, Natal, Apresentação, Per­da e encontro no Templo); mistérios dolorosos (Agonia, Flagelação, Coroa­ção de espinhos, Via-Sacra, Paixão e Morte); mistérios gloriosos (Ressurrei­ção, Ascensão, Envio do Espírito Santo, Assunção, Coroação de Nossa Senho­ra). Na referida Carta ap., João Paulo II propõe uma quarta série de mistérios, os da vida pública, a meditar na quinta-feira (passando no sábado a contempla­rem-se os mistérios gozosos), a que deu o nome de mistérios luminosos (Bap­tis­mo do Senhor, Auto-revelação nas bo­das de Caná, Anúncio do Reino e convi­te à conversão, Transfiguração, Insti­tuição da Eucaristia como sacramento do mistério pascal). 3. Forma de rezar. Na tra­dição portuguesa, a recitação do rosário (do “terço”) começa com a invo­cação “Deus vinde em nosso auxí­lio”; no fim de cada dezena, ao “Glória” po­dem juntar-se uma a três jaculatórias; a terminar, três ave-marias pelas inten­ções do Santo Padre e a antífona “Salve-Rai­nha”. O facto de ser uma oração repetitiva (à semelhança do que acontece nas principais religiões), desde que se evite a rotina e imprima à recitação um ritmo tranquilo, favorece a medita­ção e contemplação, que é o que mais interessa nesta devoção cristológica e não somen­te mariana. Sendo assim, ela serve de apoio à liturgia e da liturgia recebe os frutos. A recitação do “terço” pode fa­zer-se comunitariamente na igre­ja, em grupo ou em família, porventura através da rádio e tv, ou a sós, em casa ou pelo caminho. É concedida indulgência plenária, nas condições costumadas, a quem recitar o terço numa igreja; ou, mesmo fora dela, a quem o recitar co­mu­nitariamente (em família, em grupo de amigos); ou a quem, pela rádio e tv, se unir à sua reza pelo Santo Padre. Nou­tras circunstâncias, a indulgência é parcial. 4. O rosário (“terço”) como objec­to. Também entre nós cha­mado “contas”, o seu uso vem do séc. XII. Antes das contas enfiadas, usavam-se pequenas pedras soltas. O conjunto termina com um crucifixo, para marcar o carácter cristológico desta devoção. O Ritual das Bênçãos dedica o cap. 38 à “Bênção dos Terços ou dos Rosários”, reservada a um sacerdote ou diácono, em três mo­dalidades, consoante as circunstâncias. No caso mais simples, a forma breve reduz-se a “Em nome do Pai e do Filho (+) e do Espírito Santo. R. Ámen”.


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