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Sábado |
(Do hebr. = descanso). Originalmente, para os Israelitas e povos semitas do Médio Oriente, que seguiam um calendário lunar marcado pelos ritmos mensal e semanal, o S. era dia de descanso dos trabalhos violentos dos escravos e animais. Posteriormente, com a tendência sacralizante, o S. passou a ser o dia evocativo do descanso de Javé, depois do “trabalho” da criação em seis dias (cf. Gn). A este significado juntou-se depois a evocação do êxodo como páscoa libertadora da escravidão do Egipto (Is 56,2.4, etc.). Mais tarde, no pós-exílio, com o predomínio da classe sacerdotal, avolumou-se o carácter sagrado do descanso sabático, cujo cumprimento passou a ser objecto de rigorosa legislação. Não faltaram mesmo mártires do S. (cf. 1Mac 2,31-38). A Sagrada Família e os discípulos de Jesus, cumpriam o descanso do S. como bons judeus, mas, na vida pública, J. C. insurgiu-se repetidamente contra a interpretação farisaica do S., fazendo curas neste dia e proclamando que mais importante que guardar o S. é fazer o bem, que o S. foi feito para o homem e não o homem para o S., e que o Filho do Homem é Senhor do S. (Mc 3,4; 2,27-28; Lc 13,10-17). No mistério pascal, J. C. deu a vida numa sexta-feira e transformou o S. no descanso sepulcral dos trabalhos da sua Paixão, até à sua gloriosa vitória sobre a morte no 1.º dia da semana, que os cristãos passaram a chamar o “Dia do Senhor” ou *Domingo. Mais tarde, por arrastamento, o dia de descanso passou para a festa semanal da Páscoa do Senhor, no Domingo, que o Concílio proclamou “primordial festa cristã” (SC 102.106). Modernamente, as conquistas sociais alargaram o descanso semanal também ao S., dando lugar ao “fim-de-semana”, de sabor laicista. A reforma litúrgica conciliar, para facilitar a participação na Eucaristia dominical, admitiu as missas vespertinas antecipadas, aliás de acordo com a antiga maneira de contar os dias a partir da tarde e não da meia-noite. Na piedade popular, o S. é dia consagrado a Maria, a Mãe de Jesus, que o antecedeu como a aurora ao dia; e a disciplina litúrgica permite a celebração da “memória de Nossa Senhora no Sábado” (Ofício e Missa), sempre que no Tempo Comum não haja celebração superior a memória facultativa. |
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