Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


seminário
(Do lat. = alfobre). Ins­ti­tuição destinada à formação do clero, decretada pelo Conc. de Trento (Decr. De reformatione 1563), considerada hoje pelas dioceses como o seu “cora­ção”, dada a importância de uma boa formação dos seus sacerdotes. Teve antecedentes remotos, nas escolas catequéticas (séc. II), seguidas de escolas de formação do clero nos mosteiros e nas catedrais, e mais tarde das universidades. Apesar delas, o clero, sobretudo rural, carecia de um mínimo de prepa­ra­ção, pelo que o Concílio reformador de Trento tornou obrigatória a criação de seminários. Em Portugal, a primeira iniciativa pertenceu ao Beato Fr. Barto­lo­meu dos Mártires com a criação do “Seminário Conciliar” (inaug. em 1572). Outras dioceses seguiram o exemplo de Braga, embora algumas só muito mais tarde tenham conseguido o seu seminário. Quanto ao clero religioso, a sua formação, recebida, ao princípio, nos pró­prios institutos, também veio pro­gres­sivamente a ser assegurada em se­mi­nários próprios. A supressão da Companhia de Jesus (1759) levou ao encerramento de vários seminários. A crise acentuou-se no séc. XIX e, em Por­-tugal, só veio a superar-se com a renovação da Igreja a partir do segundo quartel do séc. XX. Para tal superação teve impor­tância decisiva a criação por Leão XIII do *Pontifício Colégio Portu­guês de Roma (1900) para for­ma­ção de professores de seminários e de bispos para as dioceses portuguesas. O Conc. Vat. II dedicou especial atenção à for­ma­ção do clero, dele saindo o Decreto *Optatam totius sobre a formação sa­cer­dotal. O CDC reserva aos seminários 33 cânones (232-264), definindo a sua natureza, o seu funcionamento, as con­di­ções de admissão de seminaristas, os critérios da sua formação, etc. Em tempos passados, o recrutamento de semi­na­­ristas fa­zia-se, para os seminários menores, sobretudo na população rural, oferecendo aos rapazes a oportunidade de estudos, numa altura em que as esco­las escas­sea­vam, havendo áreas mais cristãs e pobres que forneciam semina­ris­tas para várias dioceses. Com o de­sen­­volvimen­to do País e a abertura de ­escolas secun­dárias por toda a parte, o ­recrutamento de seminaristas, muitos de­les directamente para seminários maio­res, passou a fazer-se em novos mol­des, com im­por­tância acrescida da pastoral da juventude. Os seminários me­nores perde­ram a sua importância e, em várias dioceses, foram substituídos por pré-seminários. Por outro lado, a formação teo­ló­gica dos seminaristas maio­res passou a fazer-se, em várias dio­ce­ses, em escolas superiores de Teo­logia, originando um novo tipo de clero. A rá­pi­da evolu­ção sociocultural tornou mais premente a necessidade duma formação permanente do clero em exercício, para o que têm sido ensaiadas várias fórmulas.


É expressamente interdita a cópia, reprodução e difusão dos textos desta edição sem autorização expressa das Paulinas, quaisquer que sejam os meios para tal utilizados, com a excepção do direito de citação definido na lei.