Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


Sínodo dos Bispos
1. Instituição. Cria­do por Paulo VI (Motu proprio Apos­tolica sollicitudo, 15.9.1965), dando res­posta aos sinais dos tempos e ao voto dos Padres do Conc. Vat. II (CD 5; AG 29), encontra-se regulamentado por diversos diplomas (de 1966, 1969, 1991, 1997) e é objecto de capítulo especial do CDC (342-348). Constituído por bispos das diversas regiões, na maioria elei­tos pelas Conferências Episcopais, a que se juntam peritos, aconselha o Ro­mano Pontífice em assuntos de especial importância e oportunidade para o go­verno pastoral da Igreja. Só tem poder deliberativo quando o Papa lho conce­de. A ele pertence convocá-lo, suspen­dê-lo ou dissolvê-lo, presidir por si ou por delegado, determinar a sua compo­si­ção e propor os temas a tratar. 2. Fun­cionamento. O S. dos B. pode reunir-se em Assembleia Geral (ordinária quan­do enquadrada em determinado ritmo, ou extraordinária), com bispos de todo o mundo, para tratar de assuntos de interesse para toda a Igreja; ou em Assem­bleia Especial, relativa a determinada região. A escolha da temática é ordina­ria­mente precedida de consultas; é em seguida elaborado um esque­ma sujeito à discussão (os lineamenta); com as sugestões recolhidas é redigido o guião dos trabalhos sinodais (instrumentum laboris); uma vez o s. inaugurado, depois de intervenções livres dos bispos e do pronunciamento sobre a redacção das proposições, estas são entregues ao Santo Padre que, recorrendo a colabora­dores, redige uma “Exortação apostó­lica pós-sinodal”. O próprio Sí­nodo costuma publicar um relato ou uma mensa­gem final. Todo este pro­ces­so é asses­so­rado por um Secretariado Perma­nen­te. 3. Assembleias sinodais já realizada (até 2005). Assembleias Ge­rais Or­di­nárias: 1. Em fase experi­men­tal, a pri­meira reuniu-se em 1967 para tratar de uma série de temas: ateísmo, revisão do Código de Direito Canónico, seminá­rios, matrimónios mistos e reforma litúrgica, publicando no final uma curta mensagem de paz. Em 1969, reuniu-se pela primeira vez em Ass. Geral Ex­traor­dinária (V. abaixo). 2. A segunda (1971) tratou de dois te­mas quentes: o sacerdócio ministerial e a justiça no mundo, que deram origem a dois do­cumentos finais, o segundo dos quais considerado de grande interesse no campo da doutrina social da Igreja (Con­venientes ex Universo). A partir da 3.ª Assembleia Geral, o ritmo passou de 2 para 3 anos, a temática concentrou-se em assuntos de carácter geral e os pa­dres sinodais confiaram as suas pro­po­sições ao Papa que as tomou como base de “Exortação apost. pós-sinodal”. Fo­ram os seguintes os temas tratados e os títulos das respectivas Exortações apostólicas: 3. A evangelização (1974) e *Evangelii nuntiandi (8.12.1975) de Paulo VI, considerado um dos mais importantes documentos pós-conciliares. 4. A catequese (1977) e *Catechesi tra­dendae (16.10.1979), de João Paulo II. 5. A família cristã (1980) e *Familiaris consortio (22.11.1981), precedida de im­portante Instrução da CEP sobre “A Pastoral da Família à luz do Sínodo” (28.12.1980). 6. A reconciliação e a peni­tência (1983) e *Reconciliatio et paenitentia (2.12.1984). 7. A vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mun­do, 20 anos depois do Concílio (1987) e *Christifideles laici (30.12.1988). 8. A formação dos padres, hoje (1990) e *Pastores dabo vobis (25.3.1992). 9. A vida consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo (1994) e *Vita consecrata (25.3.1996). 10. O Bispo servidor do Evangelho de J. C. para a espe­ran­ça do mundo (2001, sete anos depois do anterior Sínodo, por motivo da celebração do Jubileu do Ano 2000 e de Ass. Especiais do Sínodo) e *Pastores gregis (16.10.2003), como que a completar o quadro duma eclesiologia de comunhão e missão, que os últimos Pa­pas sempre tiveram presente. 11. Outu­bro de 2005, Ass. sobre «A Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igre­ja». As­sem­bleias Gerais Extraor­di­ná­rias: 1. Em 1969, reuniu-se a 1.ª Ass. Geral Ex­traor­dinária para tratar da colegialidade episcopal e das relações das Conferên­cias Episcopais com a Santa Sé e entre elas; os padres sinodais receberam os cosmonautas americanos que foram à Lua; a breve mensagem final foi lida pelo cardeal Wojtyla, futuro João Pau­lo II. 2. Em 1985, no 20.º aniversário do Conc. Vat. II, reuniu-se a 2.ª Ass. Geral Ex­traordinária para revi­ver e reavivar o espirito conciliar, pôr em comum as experiências de aplicação do Concílio e aprofundar a projecção deste na vida da Igreja. No relato final, depois duma bre­ve análise sobre a aceitação e aplicação do Concílio, fo­cam-se os principais te­mas tratados: mistério da Igreja, minis­tério da pala­vra, liturgia, comunhão ecle­sial, missão da Igreja no mundo, diá­logo ecuménico e inter-religioso, opção preferencial pelos pobres. As­sembleias Especiais: 1. Dos sete bispos holandeses, anunciada por carta do Papa (29.5.1979) e rea­lizada em Roma, Jan. 1980, sobre a ac­ção pastoral da Igreja da Holanda na ­actual situação. Publicado um documen­to final aprovado pelo Papa. 2. Primeira dos bispos da Europa (1991), anunciada em Velehrad, Morávia (22.4.1990), e explicada em carta dirigida de Fátima (13.5.1991) apelando ao reen­con­tro das duas tra­di­ções, Ocidental e Orien­tal da Igreja na Europa. Decla­ra­ção final fo­can­do: a Europa vive um mo­mento his­tórico (der­rube do muro de Berlim, final da guerra fria, esperança de unidade); necessidade de uma “nova evangelização”; diálogo ecuménico e in­ter-religio­so; responsabilidade da Igre­ja na cons­trução duma Europa aber­ta à solidarie­dade universal. 3. Dos bispos de África (Abr. 1994) sobre a Igreja de Áfri­ca no dealbar do 3.º milénio, terminando com uma mensagem focando a evangelização passada e presente do continente afri­cano; relação da Igreja com as reli­giões tradicionais; necessidade de salvar a família; apelo à justiça e à paz; formação do clero e dos membros dos ins­titutos de vida consagrada. João Paulo II publicou a Ex. apost. Eccle­sia in Afri­ca (14.9.1995). 4. Dos bispos do Líbano (Nov.-Dez. 1995), anun­ciada a 12.6. 1991, depois de 16 anos, que alteraram profundamente as relações de forças religiosas no país. A mensagem final apela à reconstrução da unidade da Igreja e da nação libanesa. João Paulo II publicou a Ex. apost. Nova Esperança para o Líbano (10.5. 1997). 5. Dos bispos da América (Nov.-Dez. 1997), anunciado como Sínodo continental na Tertio millennio adveniente (38), sobre o reencontro com J. C. vivo, caminho de conversão, de comu­nhão e de solidariedade na(s) Amé­ri­ca(s). Exort. apost. Ecclesia in Ame­rica (22.1.1999), apelando à unidade do continente no contexto duma “nova evan­gelização”, à comunhão eclesial e à solidariedade, terminando por uma análise das exi­gências pastorais. 6. Dos Bispos da Ásia (Abr.-Mai. 1998) sobre J. C. e sua missão de amor ao serviço da Ásia. Ex. apost. Ecclesia in Asia (6.11. 1999): a Ásia, berço de J. C. e da Igreja; realidade hodierna; comunhão e diá­logo para a missão; serviço de promoção humana; testemunho do Evangelho; pala­vra final de gratidão e encorajamento. 7. Dos bispos da Oceania (Nov.-Dez. 1998) sobre J. C. caminho, verdade e vida, como apelo aos povos da Oceania. Ex. apost. Ecclesia in Oceania (22.11. 2001): decalcada no episódio evan­gé­lico da vocação dos Apóstolos, analisa a presença de J. C. nos povos da Ocea­nia e apela a caminhar com Ele, a anunciar a sua Verdade e a viver a sua Vida. 8. Segunda Assembleia Especial dos Bispos da Europa (Out.1999). Anun­cia­da em Berlim (23.6.1996), os lineamen­ta põem em contraste o clima de espe­ran­ça da “unidade reencontrada” da 1.ª As­sembleia (1991) com os sinais de uni­dade ameaçada pelos egoísmos polí­ticos e económicos e pela perda de sensibilidade à vida e à dignidade das pessoas, 8 anos depois. Mensagem final em tom de esperança. Ex. apost. Ecclesia in Europa (28.6.2003) sobre Jesus Cris­to, vivo na sua Igreja, fonte de espe­rança para a Europa. Decalcada em trechos do Apocalipse, tem uma primeira parte de análise crítica da situação religiosa, seguida de outras sobre a proclamação, a celebração e a vivência do Evangelho na actual Europa.


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