Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


tentação
1. Sentido do termo. As vá­rias cambiantes de sentido que pode ter a palavra t. têm de comum a ideia de pôr à prova, com a natural consequência da pessoa tentada sair da t. vitoriosa ou derrotada. 2. No AT é Javé quem tenta o seu povo, para pôr à prova a sua fidelidade à Aliança com Ele contraída. É disso exemplo maior o *êxodo. Deus tenta também singularmente quem Ele mais estima, como Abraão, ao pedir-lhe o filho único (Gn 22,1) ou, como se diz nos livros sapienciais, tenta os justos (Sb 13,5). Mas há também referências a tentações do Demónio (Jb 1,4). Por sua vez, o povo também tenta Javé, duvidando da sua fidelidade e do seu poder (Ex 17,2.7). 3. No NT, a t. aparece frequentemente na vida de cada homem e de cada cristão, causada pelo Demónio (Lc 22,31-34) e pela sedução do mundo, da riqueza e dos prazeres (Mt 13,22; Lc 8,14; Rm 6,12-13; Tg 1,14-15). J. C., bem o sabemos, deu-nos o exemplo de como resistir às tentações, pois consentiu em ser tentado, especialmente nas emblemáticas tentações do deserto (Mt 4,1-11 e //), dando ao tentador respostas tiradas do Dt, e na dramática tentação da Agonia (Lc 22,43-44 e //). Na sua pre­ga­­ção recomendou vigilância e oração, e, no Pai-Nosso, ensinou-nos a pedir ao Pai que não nos deixe cair em tentação. 4. Na experiência cristã. Os teólogos da espiritualidade atribuem as tentações aos chamados *inimigos do homem; a) as seduções do mundo com suas ofertas de riqueza, de mando, de vaidades, etc., que o cristão deve combater fugin­do das ocasiões perigosas, considerando a vacuidade destas coisas e dominando o respeito humano; b) as provocações da carne, que brotam das concupiscências, fruto do desequilíbrio provocado pelo pecado original no domínio da razão sobre os instintos de conservação, re­pro­dução e afirmação pessoal, às quais o cristão deve responder com hábitos de disciplina pessoal, amor ao sacrifício, fuga das ocasiões e recurso à oração e aos sacramentos: c) as tenta­ções do Demónio, que geralmente se dis­tinguem das outras pelo carácter súbito, violento e tenaz, segundo um pro­­cesso psico­ló­gico muito bem des­crito na tentação dos nossos primeiros pais (Gn 3,1-7), às quais o cristão deve resistir, consoante os casos: ou directamente (respondendo com actos bons contrários) ou indirecta­mente (distraindo o espírito com outros objectos, o que se recomenda sobretudo em tentações contra a fé e a castidade). As tentações não são pecados. Devem mesmo ser encaradas como oportuni­da­des de afirmar a fidelidade a Deus, cres­cer na humildade e confiança e progre­dir na santidade. (Cf . Cat. 2846-2854).


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