Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


vigília
O termo, de origem militar do tempo dos Romanos, foi adoptado pelos cristãos com o sentido de velada de ora­ção. A oração persistente, nomeadamen­te durante a noite, foi inculcada por J. C., que frequentemente a fazia, sobretudo em momentos decisivos de sua vida (Mt 26,36-45; Mc 1,35; Lc 6,12; 11,1), no que foi seguido pelos seus discípulos (Act 2,42; 4,24; 12,5-18). Nesta prática tiveram origem várias vigílias próprias da liturgia e da piedade popular: a) Vi­gí­lia dominical. Os Padres apostólicos (ex., S. Justino, I Apologia, 67,3) ates­tam que o mistério pascal da morte e ressurreição do Senhor, nos primórdios da Igreja, à semelhança da Última Ceia, era celebrado no contexto duma vigília que começava ao cair da noite de sábado e terminava com a Eucaristia na madrugada de domingo. Além da fideli­dade cronológica ao momento do triun­fo do Senhor, esta prática reflectia o facto de que nessa altura o “primeiro dia da semana” não era dia feriado. Dela se originaram várias liturgias nocturnas, especialmente nas Igrejas do Oriente e nos mosteiros, como a celebração de *Vésperas e das *Matinas nocturnas. A re­forma litúrgica do Conc. Vat. II aconselha a celebração das Vésperas domi­nicais com a participação dos fiéis e man­tém a celebração nocturna de Mati­nas no coro para os que a ele estão obrigados ou louvavelmente por ela optem (IGLH 58; 72-73); b) Vigília Pascal. A celebração semanal do mistério pascal em cada domingo levou natu­ralmente ao desejo de imprimir especial soleni­dade à celebração do domingo aniversá­rio da ressurreição do Senhor, a que veio a chamar-se *Páscoa. Esta celebra­ção alargou-se em breve ao *Tríduo Pas­cal, que tem como momento culminante a Vigília Pascal, já por Santo Agos­tinho chamada a mãe de todas as vigílias. Abre com o rito da luz, símbo­lo da Ressur­rei­ção do Senhor, prolonga-se com a liturgia da Palavra, tem momento forte no Bap­tismo dos catecúmenos e na renovação das promessas baptismais pelos fiéis, e conclui com a Missa da Ressur­rei­ção; c) Vigília do Pentecostes. A ce­le­bração anual da Páscoa cedo se pro­lon­gou por sete semanas (o cinquente­ná­rio pascal) terminando com a festa do Pentecostes que veio comemorar a des­cida do Espírito Santo sobre a Igreja nas­cente e a sua dinamização apostó­lica. Esta vigília, inspirada na Vigília Pas­cal, inclui 3 ou 6 leituras, concluindo com a Missa; d) Vigília do Natal. Se­me­­lhan­te­mente, a celebração do mistério da Encarnação, prelúdio do misté­rio pascal, passou a incluir uma vigília, que em geral passa despercebida com a Missa vespertina antecipada e com a Missa da Meia-Noite, a menos que se faça preceder esta do Ofício de três Lei­turas, como recomendado; e) Outras vi­gílias. Estabelece a IGLH (71) que, onde convier realçar com uma vigília outras solenidades ou peregrinações, seguir-se-ão as normas respeitantes às celebrações da Palavra divina. São os casos nomeadamente da dedicação duma Igreja (EDREL 1647) e da vigília de oração (mesmo presidida por um lei­go) na presença dum defunto (EDREL 1607; 1623).


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