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Bispo |
1. Nome e natureza. Actualmente assim se chama o membro da Igreja que, tendo recebido o grau mais elevado do sacramento da *Ordem, se tornou sucessor dos Apóstolos e, em união com os outros bispos e o Papa, tem parte na missão por Cristo confiada à Igreja de santificar, ensinar e governar o povo de Deus e de levar o Evangelho a todo o mundo. O bispo diocesano ou residencial tem a cargo uma *diocese. O que está à frente duma sede metropolitana (metrópole ou arquidiocese) chama-se *arcebispo ou *metropolita. O que não é diocesano chama-se titular (V. título). O bispo coadjutor é dado ao diocesano como auxiliar, tendo o direito de lhe suceder. O bispo auxiliar é dado ao diocesano para o coadjuvar nas tarefas apostólicas da diocese, mas sem direito de sucessão. Outros bispos titulares estão ao serviço de órgãos do governo central da Igreja. Caso particular é o do *Papa, que é (arce)bispo de Roma, sucessor de S. Pedro e, como tal, sucessor do Príncipe do Colégio Apostólico e Chefe da Igreja Universal. 2. Eleição, sagração e resignação. Em tempos passados, os bispos eram eleitos pelo clero, por vezes com a colaboração do povo. Mais tarde, a escolha dos bispos chegou a fazer-se por entidades civis, que os apresentavam ao *metropolita ou ao Papa para a sua sagração. Hoje, salvo casos raros de apresentação, a eleição dos bispos é reservada ao Papa, embora mediante consultas várias. A eleição do Papa é feita pelo *Colégio dos Cardeais. A sagração ou ordenação episcopal é feita pela imposição ritual das mãos pelo bispo sagrante e por outros dois co-sagrantes, no decorrer da celebração da Eucaristia. São então entregues ao bispo as *insígnias episcopais: o *anel, o *báculo, a *mitra, e a *cruz peitoral. O actual CDC (401) convida os bispos a pedirem a resignação aos 75 anos de idade ou por falta de saúde ou por outro motivo grave. Ao que obteve a resignação chama-se resignatário ou *emérito. 3. Insígnias e vestes episcopais. 1) São *insígnias episcopais: a) o *anel, que significa a fidelidade da sua união esponsal com a Igreja, devendo usá-lo sempre no dedo anelar da mão direita; b) o *báculo, sinal do pastor à imagem do Bom Pastor, usado com a croça voltada para o povo nos cortejos, durante o evangelho da missa e homilia, ao receber votos e profissões de fé, nos ritos sacramentais e quando abençoa (excepto quando impõe as mãos); c) a *mitra ornamentada ou simples, usada sempre que nas celebrações se desloca ou está sentado, quando faz a homilia, abençoa ou vai em procissão (excepto do SS. Sacramento ou da relíquia do Santo Lenho); d) a *cruz peitoral (a dos arcebispos tem dois braços) suspensa ao peito com cordão ou corrente, símbolo do mistério pascal da morte, ressurreição e vinda gloriosa de J. C., mistério ao serviço do qual está o bispo, devendo usar-se sempre que o bispo esteja revestido das vestes episcopais; e) o *pálio, insígnia própria dos arcebispos, concedida pelo Papa, usado nas celebrações litúrgicas mais solenes. Excepto esta última, todas as insígnias são entregues ao bispo na sua ordenação. 2) São vestes episcopais: a) fora das celebrações, V. trajo eclesiástico, 2. (trajo dos prelados); b) nas celebrações litúrgicas (missa e outras) em que é celebrante: a *alva apertada pelo *cíngulo ou *cordão, a *casula sobre a *estola (podendo, nas celebrações mais solenes, vestir por debaixo da casula a dalmática), e insígnias. 3) São *hábitos corais (no Ofício das Horas ou nos pontificais de assistência de que não é celebrante): *batina avermelhada com faixa de seda com franjas, *roquete de linho ou outro tecido, *murça sem capuz, *cruz peitoral suspensa por cordão verde, *solidéu e *barrete com borla, ambos avermelhados (no caso de cardeal, o mesmo, mas de cor escarlate). (CB 56-63; etc.). 4. Ministério do B. como membro do Colégio Episcopal. Quer de forma plena no *Concílio Ecuménico quer participando num *Sínodo dos Bispos quer ainda de outras formas, cada bispo tem como primeira responsabilidade participar na missão da Igreja Universal, nomeadamente na defesa da integridade doutrinária, na obra da evangelização missionária, na promoção da unidade ecuménica. Sinal particular deste ministério é a *visita ad sacra limina que os bispos residenciais (normalmente acompanhados dos bispos auxiliares) fazem, de 5 em 5 anos, a Roma, encontrando-se com o Papa. 5. Ministério do B. como pastor duma Igreja particular. O bispo diocesano como chefe duma Igreja particular, de que a *Diocese é o caso paradigmático, tem como símbolo do seu múnus de ensinar e de governar a *cadeira ou *cátedra na sua *catedral. O exercício do seu tríplice ministério de ensinar, santificar e governar encontra-se regulado principalmente no *Código de Direito Canónico (CDC), no *Pontifical Romano (PR) e no Cerimonial dos Bispos (CB); e quanto aos aspectos pastorais, cf. Exort. ap. *Pastores gregis. |
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