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catequese |
| (Do gr. = ensino oral). 1. Noção. No processo da fé, a primeira fase é a da *evangelização seguida da conversão que consiste na adesão a J. C. e aos seus desígnios (a qual pode resultar, nas crianças, do ambiente familiar cristão e, nos adultos, dum anúncio do Evangelho ou de testemunhos de vida cristã). A segunda fase é a da catequese que ilustra a fé com as verdades da revelação e educa a vontade e o coração para as viver, celebrar e testemunhar, preparando para os *sacramentos da iniciação cristã (Baptismo, Confirmação e Eucaristia). Com eles, o fiel, com estatuto de cristão adulto, é convidado a prosseguir pelos caminhos da vida cristã. Em sentido preciso, a c. destina-se aos convertidos ainda não iniciados, estando neste caso as crianças cristãs (em “idade de catequese”) e os *catecúmenos. No entanto, as situações ambientais e pastorais ao longo da história da Igreja ou nas diferentes regiões, têm obrigado a c. a suprir deficiências da primeira evangelização ou da formação posterior dos fiéis. Aliás, tanto a conversão como a formação cristã devem aprofundar-se ao longo de toda a vida. Cf. Tít. II do Livro V do CDC (756-780) sobre “o ministério da palavra divina”; Cat. 4-7; 426-429; etc. 2. Breve história. A catequese primitiva, destinada a adultos convertidos, insistia nos mistérios (= sacramentos) e na conversão moral. O séc. IV foi a idade de ouro da c. integrada na disciplina do *catecumenado, evitando a entrada em massa na Igreja quando o Cristianismo se tornou religião oficial do Império e mais tarde quando da conversão dos bárbaros. Na Idade Média, o ambiente cristão, a prática religiosa (litúrgica e popular) e as escolas das catedrais, conventos e paróquias supriram as deficiências da catequese. Na Idade Moderna, com a crise protestante, a Igreja, nomeadamente depois do Conc. de Trento, promoveu a c. das crianças e dos adultos, que, no entanto, muito se ressentiu do clima polémico dominante em muitos círculos eclesiais. Há cerca de um século, sobretudo a seguir à Grande Guerra, verificou-se um esforço de renovamento e aprofundamento estimulado pela Enc. Acerbo nimis de S. Pio X, de que resultaram os *catecismos para crianças/adolescentes e para adultos, a formação catequética nos seminários e a estruturação das actividades catequísticas em âmbito nacional, diocesano e local. 3. Metodologia. A c. actual preocupa-se mais com a pedagogia da fé do que com o simples ensino das verdades e fórmulas. Consciente de que é uma das vias de transmissão da palavra de Deus, inspira-se na Escritura e na Liturgia. Atende à psicologia humana, procura despertar a atenção do *catequizando, leva-o à experiência cristã e inicia-o no testemunho apostólico. Procura assegurar a boa formação dos *catequistas e recorre moderadamente aos meios audiovisuais. 4. Orientações canónicas. O CDC reserva um capítulo do Livro III (sobre o múnus de ensinar da Igreja) dedicado à “Formação catequética” (772-780). Considera a catequese dever grave dos pastores das almas, cuja solicitude dever ser partilhada por todos os membros do povo de Deus, a começar pelos pais, ou quem fizer as suas vezes. Especiais responsabilidades recaem sobre os bispos e sobre as conferências episcopais quanto à elaboração e publicação de catecismos, à adequação da catequese às diversas situações e à formação dos catequistas. |
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