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cidade |
1. Perspectiva pastoral. A c. é um aglomerado populacional importante, não só pelo número relativamente elevado de habitantes, mas pelo género de vida que lhes oferece e pelas relações de dominância com as áreas rurais. A expansão do Cristianismo está ligada à civilização urbana do Império Romano. As primeiras Igrejas (= comunidades cristãs) estabeleceram-se nas grandes cidades do tempo: Jerusalém, Antioquia, Éfeso, Corinto, Roma, Alexandria, etc. Ficaram para trás, no processo de evangelização, as aldeias (em lat., pagi) pelo que, aos seus habitantes por evangelizar, se começou a chamar “pagãos” (do lat., pagani, os habitantes dos pagi). As invasões dos Bárbaros e a queda do Império inverteu o curso civilizacional, que duran-te vários séculos passou a ser predominantemente rural. As cidades perderam boa parte da importância e da população anteriores. S. Bento e os seus monges, abrindo conventos em áreas rurais, evangelizaram os “pagãos” (= aldeãos), ao mesmo tempo que, pelos trabalhos agrícolas e artesanais, fixavam os bárbaros à terra. Quando, pelo séc. XII, as cidades começaram a crescer de importância, graças ao comércio e indústrias artesanais, a Igreja respondeu com novas estruturas, destacando-se as ordens religiosas mendicantes e as universidades e outras escolas. Hoje, as cidades crescem rapidamente em número e dimensões, o que dá origem a problemas complexos. A nova civilização urbana, pela mobilidade crescente das pessoas e das ideias, atinge mesmo as áreas rurais, em vias de desertificação. Tal realidade apela para novo tipo de acção pastoral, a que a Igreja tem procurado dar resposta adequada. É de registar a iniciativa do Congresso Internacional da Nova Evangelização (ICNE), celebrado sucessivamente em 5 capitais europeias: Viena, Paris, Lisboa (2005, com longa preparação e projecção), Bruxelas e Budapeste, por iniciativa dos respectivos Bispos. 2. Simbolismo da cidade. No NT, a expressão Cidade Santa, equivalente a “Jerusalém celeste”, é símbolo do *Céu. Na literatura cristã, sobressai a obra monumental, em 22 livros, Cidade de Deus, de Santo Agostinho, escrita na fase final da sua vida, na iminência da queda do Império Romano a que a Igreja estava tão ligada. Toda ela é um acto de fé na Providência divina que garantia à Igreja (a “Cidade de Deus”) sobreviver à crise civilizacional que já se antevia. |
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