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comunicar, comunicação |
1. Na ordem natural, comunicar é partilhar pensamentos, saberes, informações, desejos, sentimentos, bens. Comunicar é viver. A morte quebra a comunicação. O isolamento é óbice à realização pessoal e, portanto, à felicidade. Toda a comunicação se faz por meio de sinais: palavras, olhares, gestos, sinais gráficos… O progresso dos povos depende do grau de comunicação por eles alcançado. São marcos na história da comunicação: a fala, a escrita, a imprensa e os modernos *meios de comunicação social. Estes tornaram-se hoje o principal factor de mutação cultural. Porque podem ser mal ou bem usados, a Igreja presta-lhes especial atenção. O primeiro Decr. do Conc. Vat. II (*Inter mirifica) foi-lhes consagrado. 2. Comunicação na vida íntima de Deus. Diz-nos a revelação cristã que Deus, sendo único, o é na comunhão dialogante de três Pessoas divinas, a que J. C. nos habituou a tratar por Pai, Filho e Espírito Santo. Originam-se e relacionam-se entre Elas pelas vias do conhecimento e do amor. (V. Deus). 3. Comunicação de Deus com o homem. Deus também comunica com o homem, criado à sua imagem e semelhança, e, portanto, capaz de conhecer e amar. Tem de o fazer por meio de sinais, que aqui se chamam genericamente *sacramentos. Fala-lhe através da criação, dos profetas e da sua palavra escrita. Revelou-se-lhe plenamente em J. C., o Verbo (ou Palavra) por que Deus se exprime totalmente a si mesmo e que, pela *Encarnação, se traduziu na mais perfeita linguagem humana, a ponto de J. C. poder dizer “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14.9). E quando J. C. voltou para o Pai, deixou-nos como sacramento da sua presença actuante a Igreja, com o seu magistério e com os (sete) sacramentos. De forma subtil, mas não menos real, Deus ainda comunica connosco pelo Espírito Santo, com os seus dons, inspirações, moções e carismas. Pode mesmo comunicar de forma extraordinária em aparições como as de Parai-le-Moniale, Lourdes ou Fátima. 4. Comunicação dos homens com Deus. Também nós podemos comunicar com Deus, recorrendo a palavras, atitudes ou gestos de adoração, agradecimento, súplica ou entrega, i.e., pela *oração informada pela fé, animada pela esperança e vivida na caridade. Por estas *virtudes teologais, já vivemos na terra a vida divina, quer nas relações directas com Deus Uno e Trino, quer com os irmãos que Deus ama, estejam ainda no mundo, já na glória ou a caminho do Céu. |
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