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Coração de Jesus (devoção ao) |
1. Na Igreja Universal. Embora tenha fundamentos bíblicos, patrísticos e tradicionais, a devoção ao C. de J. só começou a crescer na Igreja nos meados do séc. XVII, como arma providencial contra o rigorismo do *jansenismo e, mais tarde, contra o racionalismo e laicismo, favorecida pelo clima sentimental e romântico desses tempos. Para isso concorreram principalmente as revelações a Santa Margarida Maria Alacoque, em Paray-le-Moniale (1672-1675), divulgadas por S. Cláudio La Colombière, o apostolado de S. João Eudes (1601-1680), o eco encontrado na piedade popular e o favor dos papas. Clemente XIII (Decr. SCR 25.1.1765) concedeu como privilégio a celebração litúrgica do C. de J. à Polónia; Pio IX (Decr. SCR 23.8.1856) estendeu a festa do C. de J. à Igreja universal (actualmente celebrada na sexta-feira da 2.ª semana a seguir ao Pentecostes, oito dias depois da festa do Corpo de Deus), e os papas publicaram encíclicas importantes sobre esta devoção: Leão XIII (Annum sanctum, 25.5.1899), Pio XI (Miserentissimus Redemptor, 8. 5.1928 e Caritate Christi compulsi, 5.5. 1932), Pio XII (Haurietis aquas, 15.5. 1956), Paulo VI (Investigabiles divitias Christi, 6.2.1965) e João Paulo II (Redemptor hominis”, 4.3.1979 e Mensagem no centenário da consagração do género humano ao C. de J., 11.6.1999). A verdadeira devoção ao C. de J., mais do que ao coração de carne (que, pela união hipostática também é digno de culto de latria, como o das Chagas do Senhor), dirige-se à pessoa do Verbo incarnado, como sinal vivo do amor de Deus pelos homens, reflectindo-se particularmente na devoção à Eucaristia (especialmente na festa do Corpo de Deus) e a Cristo-Rei. São principais expressões da devoção popular ao C. de J. a consagração pessoal, das famílias e das nações; a ladainha; o acto de reparação; e a prática das nove primeiras sextas-feiras do mês (cf. DPPL 166-173). 2. Em Portugal, esta devoção, ligada à devoção das *Chagas de Cristo, data pelo menos de 1728 e teve como grande impulsionadora a rainha D. Maria I, que obteve do Papa a prescrição da festa do C. de J. em todo o reino e ergueu em sua honra a Basílica da Estrela. A ligação desta devoção ao *Apostolado da Oração também contribuiu para a sua expansão. Ao C. de J. encontram-se dedicadas muitas igrejas e o Monumento a *Cristo-Rei, em Almada, frente a Lisboa. No dia da sua inauguração solene (17. 5.1959), o Card.-Patr. de Lisboa, em nome da Igreja em Portugal, consagrou o País aos Corações de Jesus e de Maria. 3. São vários os institutos religiosos com presença em Portugal que têm o C. de J. por titular: Missionários Combonianos do C.J.; Sacerdotes do C.J. (Dehonianos); Padres dos SS. Corações de J. e M. e o ramo feminino das Irmãs dos SS. Corações de J. e M.; Escravas do SS. C.J.; Carmelitas do SS. C.J.; Hospitaleiras do SS. C.J.; Missionárias Reparadoras do SS. C.J.; Oblatas do C.J.; Oblatas do Divino Coração. |
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