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Decálogo |
(Do gr. = dez palavras, cf. Dt 10,4). 1. Na Bíblia. É o nome por que também são designados os Dez Mandamentos da Lei de Deus (cf. Dt 4,13) que, segundo a tradição bíblica, foram escritos por Moisés (Ex 10,34) na teofania do Sinai ou mesmo gravados nas tábuas de pedra pelo próprio Deus (Ex 31,18), dados como sinal da *Aliança estabelecida por Javé com o seu povo acabado de libertar da escravidão do Egipto. O D. encontra-se em duas redacções complementares no Pentateuco (Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21). Os preceitos do D. estão redigidos em linguagem apodíctica e im-perativa, na segunda pessoa do singular (forma desconhecida dos códigos legais do tempo), a vincar a soberania de Javé sobre o povo e cada um dos seus membros singulares. Baseados no direito natural gravado na consciência humana, ilustram esta consciência, tantas vezes obnubilada, com uma precisão que nem os grandes pensadores da antiguidade alcançaram, pelo que constituíam um dom precioso que distinguia o povo de Deus de todos os outros. 2. Na tradição cristã. J. C. não veio alterar a Lei de Deus, mas exigir o seu rigoroso cumprimento (Mt 5,17-18), renovando em termos definitivos a Aliança, agora com a humanidade inteira, pelo seu sacrifício redentor e pelo envio do Espírito Santo, penhor das graças necessárias ao cumprimento perfeito dos mandamentos. Ele mesmo sintetizou o D. no duplo mandamento do amor de Deus e do próximo (Mt 22, 36-41 e //), garantindo a comunhão com Ele e com o Pai a todos os que os cumprissem fielmente (Jo 14, 21; 1Jo 5,2-3; 2Jo 6). A ordenação e formulação catequística dos Dez Mandamentos hoje corrente deve-se a Santo Agostinho, que se baseou em Orígenes e Clemente de Alexandria. Os *catecismos desenvolvem em torno dos mandamentos a doutrina moral. O novo *Catecismo da Igreja Católica dedica-lhes os números 2052 a 2557, precedidos da formulação actualmente em uso na Igreja Latina, posta em paralelo com as formulações do Ex e do Dt. 3. Formulação catequística. Os Mandamentos da Lei de Deus são dez: 1.º, Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas. 2.º, Não invocar o santo nome de Deus em vão. 3.º, Santificar os domingos e festas de guarda. 4.º, Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores). 5.º, Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo e ao próximo). 6.º, Guardar castidade nas palavras e nas obras. 7.º, Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo). 8.º, Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo). 9.º, Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos. 10.º, Não cobiçar as coisas alheias. Estes dez mandamentos resumem-se em dois, que são: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. (V. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nn. 434-533.) |
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