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economia |
De entre os vários significados deste termo, encaramos aqui o de “moderna vida económica” visando a produção, circulação e distribuição de bens e serviços necessários ou úteis às pessoas e grupos sociais, conseguidas pela cooperação do capital e do trabalho, das tecnologias e do marketing. A história da moderna economia está marcada pelo conflito entre os dois principais factores da produção, dado que o capital procura o maior lucro e o trabalho exige condições dignas e repartição equitativa dos seus próprios frutos. João Paulo II na Enc. *Laborem exercens (11ss) analisa tal conflito e renova a posição da *Doutrina Social da Igreja ao proclamar a prioridade do trabalho sobre o capital (12), embora reconhecendo que tanto num como no outro se encontram presentes pessoas humanas, dando os contributos imprescindíveis da iniciativa empresarial, da competência técnica e da actividade laboral. Aliás, o próprio capital resulta da acumulação de poupanças da riqueza produzida por todos os que trabalham nas empresas, e o ideal seria que estes mantivessem a sua propriedade, nomeadamente pelo accionariado empresarial. Tentativa de resolver o conflito contra os excessos do capitalismo liberal, foi o capitalismo de Estado, inspirado pela ideologia marxista. Se o primeiro capitalismo lesava a justiça em nome da liberdade, o segundo lesava a liberdade em nome duma justiça que se revelou falaz. A Igreja, sem ter soluções concretas, apela ao entendimento entre capital e trabalho, no respeito da justiça e da dignidade das pessoas, sob a arbitragem do Estado, a quem cabe a defesa e promoção do bem comum. Toda esta problemática adquire novas dimensões com a globalização que, pela circulação ilimitada de capitais, tecnologias e mão-de-obra, pela criação, muitas vezes artificial, de novas necessidades, pela maior facilidade do capital escapar à acção fiscalizadora dos poderes públicos, está a agravar os desequilíbrios entre povos e grupos sociais desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. (Cf. Cat. 2426ss; Conc. Vat. II, GS 63-72; João Paulo II, Enc. *Populorum progressio e LE 11-15, etc.). |
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