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Encarnação |
(Do gr. = assumir carne). Termo usado pelos teólogos para um dos mistérios basilares da fé cristã: o Verbo Divino (Segunda Pessoa da SS. Trindade) assumiu uma natureza verdadeiramente humana (corpo e alma), ao ser concebido virginalmente por Maria, pela acção do Espírito Santo, tomando o nome de Jesus (Lc 1,35; Jo 1,40; Gl 4,4). Neste mistério se revela a misericórdia e o amor de Deus, ao enviar seu Filho a salvar a humanidade perdida pelo pecado (graças ao sacrifício do Cal-vário) e ao mesmo tempo nele se revelar da mais perfeita maneira (“Quem Me vê, vê o Pai”, cf. Jo 14,9; Hebr 1,1-2). Os primeiros *concílios ecuménicos, I de Niceia (325), I de Constantinopla (381) e de Éfeso (431) condenaram as heresias que negavam a divindade de J. C. (*arianismo) ou faziam interpretações erróneas deste mistério (semiarianismo, nestorianismo, etc.), permitindo clarificar com segurança dogmática a sua formulação. Em J. C., na única pessoa divina do Verbo Filho de Deus subsistem as duas naturezas, divina e humana, perfeitas e distintas. Referindo-se a maternidade à pessoa, Maria é assim verdadeiramente Mãe de Deus, porque J. C., sendo verdadeiro Homem, é verdadeiro Deus. Tal realidade permitiu que Ele oferecesse o sacrifício do Calvário, de valor infinito, em nome e em salvação da humanidade. A *salvação consiste na libertação da situação de pecado, que frustrou o projecto original de Deus a nosso respeito, o de nos tornar seus filhos adoptivos, por especial participação na natureza e vida divinas (graça santificante, no tempo; glória, na eternidade). A Igreja celebra especialmente o mistério da E. a 25 de Março, na solenidade da *Anunciação do Senhor; e todos os domingos nos faz professar a fé neste mistério na parte central do Credo, ao proclamarmos que J. C. “encarnou pelo Espírito Santo, no seio de Maria e se fez homem”. (Cf. Cat. 461-478). |
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