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fenómenos místicos (extraordinários) |
Deus, além de a todos dar as *graças necessárias à salvação e santificação, concede a certos fiéis dons relativamente raros que dão origem ao que é costume chamar fenómenos místicos extraordinários. Mais que àqueles que os recebem, aproveitam a outras pessoas que, impressionadas, se sentem impelidas a uma conversão do pecado ou a uma vida cristã mais fervorosa. Seus frutos de santidade são o principal critério para verificar a sua autenticidade, distinguindo os que vêm de Deus de certos fenómenos naturais (sobretudo de ordem neurológica) ou preternaturais (provocados pelo demónio). Não devem ser pedidos e, uma vez concedidos, devem ser tratados com grande discrição. É costume incluir entre eles os *carismas ou graças gratis datae (dos milagres, das curas, da profecia, do discernimento dos espíritos, das línguas…), de que se trata noutro lugar (V. carismas). Aqui apenas se trata dos epifenómenos místicos (extraordinários). É costume agrupá-los nas três áreas da vida humana: intelectual, afectiva e corporal. 1. Fenómenos de ordem cognoscitiva. São: visões, que incluem as chamadas *aparições, as percepções imaginativas e comunicações de verdades inefáveis (V. visões); locuções ou palavras transmissoras de verdades ou desejos, perceptíveis ao nível do ouvido, da imaginação ou do intelecto, com frequência acompanhando as visões; *revelações particulares, que estão normalmente na base do *carisma profético; e ainda outros menos importantes. 2. Fenómenos de ordem afectiva. Assim chamados por manifestarem e produzirem fortes impulsos de amor sobrenatural. São dois: êxtase místico, espécie de adormecimento suave e progressivo provocado pela intensidade da oração contemplativa, face à fraqueza corporal; e incêndio de amor, mais raro que o êxtase, manifestando-se em graus diversos desde o simples calor interior à queimadura material. 3. Fenómenos de ordem corporal. São os que recaem sobre o corpo e suas funções vitais. Além dos *milagres (curas e outros), os principais são: *estigmas, sinais mais ou menos sangrentos nas mãos, pés e lado, à semelhança das chagas de J. C. na sua paixão, aparecendo subitamente e perdurando em certos casos até à morte, como em S. Francisco de Assis e no Padre Pio; suor de sangue, como em J. C. na agonia (Lc 22,44), verificado nalguns, poucos, santos; jejum absoluto por tempo prolongado, mesmo anos, como em Alexandrina de Balasar; vigília ou privação de sono muito para além da resistência normal; e ainda levitação, bilocação e outros como resplendores e emissão de perfumes. |
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