Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


Inferno, infernos
Como o vocábulo su­gere (do lat. = lugar inferior), os in­fer­nos (no hebr., cheol ou hades) eram o lugar isolado e tenebroso para onde iam os mortos, bons e maus, de maneira que “descer aos infernos” significava morrer. Os exegetas da Escritura interpretam a descida de J. C. aos infernos, a seguir à sua morte redentora, no sentido de libertar os bons, para os levar consigo para o Céu. Paralelamente à tradição do cheol formou-se a tradição da *geena, como a parte mais profunda do cheol, onde habitavam os demónios e para onde iam parar os maus. Esta ideia, inspirada pelo vale ravinoso de Jerusalém para onde eram atirados os corpos dos condenados e servia de lixei­ra sempre a arder, passou ao NT e aos ensinamentos de J. C., que lhe dava habitualmente o nome de Inferno, onde há fogo e ranger de dentes. A reflexão cristã levou a considerar o Inferno como estado (não lugar) de auto-exclusão da comunhão amiga de Deus pelo pecador impenitente que a morte fixou na eter­nidade de forma irreversível na aversão a Deus. A Escolástica e o ensino comum da Igreja acrescentam à “pena de dano” (desespero pela perda culpável da feliz comunhão com Deus e os eleitos no Céu), a “pena dos sentidos” (castigo, figu­rado pelo fogo eterno, pelos danos que os pecados causaram). A Igreja, quando fala do Inferno, apela ao sentido de responsabili­dade moral e à conversão sincera, ao mesmo tempo que lembra a misericórdia infinita de um Deus sempre pronto a perdoar, afastando a falsa ideia de que Ele predestina alguém à pena eterna. Cf. Cat. 1033-1037.


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