Para que a Terra não esqueça os crimes de guerra cometidos contra populações civis pelo exército russo, a destruição bárbara, sem qualquer outra razão que não a de semear o terror, não podem ficar impunes.
Importa que o Governo de Portugal esteja atento e interventivo no desenvolvimento deste processo.
- A Comissão Justiça e Paz sublinha que a responsabilidade da presente guerra recai única, e exclusivamente, no regime autocrático e plutocrata que domina a Rússia.
Importa distinguir entre o povo russo, sujeito também ele, a um regime de opressão e as decisões da denominada “Nomenklatura”. É importante que, em termos de opinião publica, se faça tal destrinça, evitando que recaiam sobe os imigrantes russos que residem no nosso país as consequências das decisões dos dirigentes russos.
- Salientar que a compreensão da presente crise só é possível se tivermos presente que o regime autocrático russo tem como base um sistema financeiro dominado por cleptocracias que se apoderaram dos recursos naturais da Rússia. A existência de uma cleptocracia conectada em rede com ligações à escala global, dominando Estados, é uma ameaça á paz mundial.
Este é o tempo de as organizações mundiais (V.G Banco Mundial; FMI), bem como a União Europeia, criarem, ou implementarem os instrumentos já existentes, visando, não só a transparência das instituições financeiras, mas, também, a responsabilização dos “predadores” das nações.
- Realçar que o ambiente e circunstâncias geradas no presente momento criam condições adequadas para uma alteração de fundo da política energética à escala europeia e nacional com a consequente aplicação de recursos visando uma economia com baixa dependência do carbono. Tal implica uma aposta decidida em termos de áreas diversas como as energias renováveis; transportes públicos; reabilitação urbana. etc.
Coimbra, 12 de Março de 2022
A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra