
UM NOVO MURO DE BERLIM? *
Fiquei particularmente impressionado com uma declaração recente do primeiro-ministro polaco que considera nunca termos estado, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. tão próximos como hoje da situação que se vivia antes do eclodir dessa guerra. As notícias de sucessivas violações do espaço aéreo dos países que fazem fronteira com a Rússia e a sua aliada Bielorússia parecem confirmar esses receios. Também me pareceu claramente estar num país que se prepara para a guerra ao participar nas recentes assembleia e jornadas de estudos das comissões Justiça e Paz europeias que decorreram na Lituânia.
O tema dessas jornadas de estudo era o da “Esperança de Paz para a Europa”. Paradoxalmente, o tom geral das comunicações dos oradores locais, especialistas em políticas de defesa e estudos de guerra, que refletiam o pensamento predominante de políticos e de cidadãos lituanos, era o de que a única forma de garantir uma paz duradoura é a de manter o equilíbrio dos poderes militares em confronto, para que qualquer desequilíbrio não seja aproveitado pelo mais forte. Diziam-nos que nas escolas da Lituânia aos jovens é hoje sublinhado com particular ênfase o dever de defender a sua Pátria também militarmente. Quase parecia a repetição do velho adágio “Se vis pacem para bellum” (“Se queres a paz, prepara a guerra”), quando preferiríamos ouvir: “Se queres a paz, prepara a paz”.
Certamente que para compreendermos este clima predominante na Lituânia temos de considerar o contexto do passado e do presente desse país.









