Comissão Nacional Justiça e Paz

  • Aumentar o tamanho da fonte
  • Tamanho padrão da fonte
  • Diminuir tamanho da fonte
Documentos

Manifesto O DESAFIO DO TRABALHO DIGNO NUM MUNDO EM MUDANÇA

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

Conferência 2024 Manifesto

O DESAFIO DO TRABALHO DIGNO NUM MUNDO EM MUDANÇA

Ao analisar a questão do desafio do trabalho digno num mundo em mudança, guiamo-nos por princípios que colhemos na doutrina social da Igreja e que aqui queremos realçar:

Uma dignidade infinita é inerente a cada pessoa humana, para além de toda a circunstância e em qualquer estado ou situação se encontre (Dignitas infinita n. 1).

Através do trabalho, a pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, continua, desenvolve e completa a obra do Criador (Laborem exercens n. 25).

O facto de o ser humano ser criado à imagem de Deus e receber o mandato de dominar a terra não lhe confere um domínio absoluto sobre as outras criaturas. Os textos bíblicos convidam a «cultivar e guardar» o jardim do mundo (Génesis 2, 15). O ser humano pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras (Laudato sí n. 67 e n. 124).

Através do trabalho, o ser humano realiza-se nas suas múltiplas dimensões, tornando-se “mais pessoa” (Laborem exercens, n. 9). Existe também uma dimensão espiritual no trabalho que possibilita o amadurecimento e a santificação da pessoa (Laudato si’ n. 126).

Continuar...
 

UM BEM PARA TODOS Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz sobre migrações

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

Migrantes site

UM BEM PARA TODOS

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz sobre migrações

 

Num tempo em que se vão ouvindo com cada vez mais força, em Portugal e noutros países, vozes hostis aos imigrantes, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer sublinhar, na linha do que tem feito o Papa Francisco em consonância com o que fizeram os seus antecessores, o bem que migrações legais, ordenadas e seguras podem trazer às sociedade de origem e destino dos imigrantes.

Vai-se evidenciando cada vez mais a imprescindibilidade de trabalhadores imigrantes em vários setores da atividade económica em Portugal. Além do mais, a crise demográfica na Europa torna necessário o recurso a esses trabalhadores (sendo certo que esse recurso não é a única forma de enfrentar essa crise). Também é sabido que os contributos financeiros dos imigrantes para o Estado português são maiores do que as prestações de que beneficiam (apesar de eles conhecerem até maior risco de pobreza e privação material severa do que os nacionais).

Ao contrário do que muitas vezes se propala, o incremento da imigração que Portugal conheceu nos últimos anos não se traduziu num incremento da criminalidade. De um modo geral, o imigrante típico caracteriza-se por uma especial capacidade de trabalho, poupança e dedicação à família, o que contrasta em absoluto com uma maior tendência para a delinquência. Tal não invalida a importância de, como vem salientado o Papa, acolher, proteger, promover e integrar os imigrantes. Essas são também as formas mais eficazes de prevenir a criminalidade.

Continuar...
 

A ERRADICAÇÃO DA POBREZA COMO DESÍGNIO NACIONAL Nota das Comissões Justiça e Paz

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

cristo sem abrigo Fátima 50
                     ERRADICAÇÃO DA POBREZA COMO DESÍGNIO NACIONAL

Nota das Comissões Justiça e Paz

De acordo com o Relatório “Portugal, Balanço Social 2023”, publicado em maio pela Nova School of Business and Economics, a taxa de risco de pobreza era em 2023 de 17%. Isto significa que há cerca de 1,8 milhões de pessoas em risco de pobreza em Portugal. Mais de metade das famílias pobres tem rendimentos abaixo de 50% do rendimento mediano nacional.

É sabido que a erradicação da pobreza é uma tarefa complexa e que deve ser feita por meio da intervenção coordenada de várias frentes (educação, saúde, habitação, políticas de emprego, formação profissional e proteção social), de forma a promover um desenvolvimento humano integral. Ainda assim, os autores deste estudo chamam a atenção para que em 2022 seriam necessários tão-só três mil milhões de euros para, em Portugal, retirar de imediato todas as famílias da pobreza (1,5 % da despesa estimada no Orçamento do Estado para 2024, para um termo de comparação).

Mas a erradicação da pobreza não é apenas uma questão de dinheiro. Não se avançará no sentido de uma erradicação plena da pobreza sem a mobilização de todos, tendo em vista a construção de uma sociedade assente no respeito pelo outro, na entreajuda e na intransigência contra tudo aquilo que coloque qualquer pessoa em situação indigna de vida.

Continuar...
 

Juntos, construímos os próximos 50 anos de Democracia e Liberdade - Nota da CNJP

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

 

 CNJP Logo 3                            Juntos, construímos os próximos 50 anos de Democracia e Liberdade  

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

Ao comemorarmos o 25 de Abril e a conquista da liberdade, e honrando os seus valores, é tempo de fazer um balanço e projetar com confiança os próximos anos da Democracia. Cinquenta anos volvidos, e apesar de tantos avanços positivos, há ainda hoje fenómenos de ausência de liberdade que exigem uma resposta colectiva.

O primeiro fenómeno a considerar é o das desigualdades que ferem o nosso tecido social, deixando pessoas para trás e não permitindo o desenvolvimento pleno de cada pessoa e de todos. 

Continuar...
 

PENSAR E AGIR COM LIBERDADE E ESPERANÇA Nota da CNJP

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF


CNJP Logo 3


Quaresma 2024

Pensar e agir com liberdade e esperança

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

Vivemos esta Quaresma no meio de muitas inquietações. A Humanidade conseguiu alcançar níveis de progresso que deveriam possibilitar uma vida mais justa e mais fraterna para todos e, no entanto, vemos como essa vida não é uma realidade para um número cada vez maior de pessoas. As desigualdades não só persistem como aumentam, fazendo com que cada vez menos pessoas tenham mais, e mais pessoas tenham menos. A constatação desta realidade não nos pode deixar indiferentes e a interpelação que ela causa pode ser vista como oportunidade que traduz a consciência de sabermos que não é este o caminho que queremos trilhar no futuro.

Na verdade, vivemos um momento em que somos chamados a tomar decisões muito importantes, decisões que marcarão certamente a sociedade que estamos a construir e a Humanidade que queremos ser. Quando o futuro se apresenta assim tão interpelante e o presente nos exige respostas claras e convictas, muitos podem cair na tentação da paralisia, da desistência ou do medo. No entanto, sabemos que esses não são bons conselheiros na hora das decisões, e esta que estamos a viver é certamente uma dessas horas, quer ao nível internacional, quer, também, ao nível do nosso país.

Continuar...
 


Pág. 1 de 12